segunda-feira

Quarto em desordem

alexander klevan

derrapei neste amor. Que dor!
que pétala sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor

que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar

a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo

verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama.

(Carlos Drummond de Andrade)

Um comentário:

  1. OLÁ MINHA QUERIDA AMIGA!
    DEMOROU UM POUCO MAS FINALMENTE LOCALIZEI SEU BLOG!
    ADOREI!
    MIL BJS

    MALÚ

    ResponderExcluir

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