segunda-feira

o áporo

 Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.

Poema

 Carlos Drummond de Andrade
"O ÁPORO", DO LIVRO (A ROSA DO POVO)

Para mim, é a mais fascinante ,dentre muitas obras poéticas e prosa, de Drummond

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